Lugo: Colexio Fingoi
Espazo biográfico Rúa Aviación Española, 37, LugoNa súa etapa de director de Fingoi creouse un Centro de Estudos
Lingüísticos e Literarios que deu lugar ás publicacións Versos iñorados ou esquencidos de Eduardo Pondal (1961), do propio
Ricardo, os Contos populares da provincia
de Lugo (1963) e O cancioneiro de
Pero Meogo (1966) de Méndez Ferrín, aos que podemos engadir o estudo “La
geada en la provincia de Lugo” (1966), de Pilar Santamaría Sande, e o Cancioneiro galego (1972), recompilado
polo profesor Vicente Devesa Jul. Os Contos
populares da provincia de Lugo foron un éxito con novas edicións en 1972 e
1979. No seguinte texto, Ricardo esclarece a novidosa experiencia pedagóxica en
Fingoi.
“Fingoi e Magoi som duas aldeias do termo municipal; em 1950 o campo, a
agra de Fingoi, sementada de centeio, os soutos e as carvalheiras, as gesteiras
e os pinheirais rodeavam por todas partes os locais dedicados à docência. O
Colégio estava, pois, encravado numha zona rural, de acordo com a orientaçom
que animava as suas actividades. Aspirava-se a centrar o ensino no meio galego,
a arraigar fortemente a educaçom no ambiente do país. Rejeitava-se toda
pedantaria livresca que confundisse a formaçom dos rapazes com a erudiçom
infantil, despersonalizada e apátrida. Nom se tratava de educar os alunos como
se fossem habitantes de qualquer país. Mais importante que aprender nos livros
e nos mapas os afluentes do Óbi ou os do Congo, era levá-los à meseta das Pias.
As excursons ou viages de estudos por Galiza permitiam aos alunos
familiarizarem-se com a sua terra. A observaçom da paisage, dos tipos de
cultivo, das formas de populaçom, dos monumentos arquitectónicos e das
manifestaçons da vida artesá e industrial, aspiravam a proporcionar aos
escolares um conhecimento directo da realidade galega, que lhes servisse de
base prática para a comprensom das diversas facetas da realidade universal.
Se os rapazes aprendessem a sachar umha leira, a sementar o grao, a
trabalhar a torno, a manipular num quadro de electricista, a erguer umha cabana
e a criar umha rolda de pitos saídos da incubadora, estariam melhor situados
para afrontar a vida real.
Havia que cumprir o velho preceito de que ensinávamos para a vida, e nom
para a escola. Toda a educaçom em Fingoi, orientada a servir à vida, estava
organizada sobre a base da coordenaçom dos distintos aspectos do ensino.
A todos estes problemas fixo-se cara sem dogmatismos intransigentes, e a
principal missom, às vezes mui difícil, e, em definitva, esgotadora, do
Director, foi durante os quinze anos longos que regentou o Centro, procurar a
viabilidade do mesmo dentro do marco real em que funcionava, sem renunciar aos
princípios que constituíram a sua razom de ser.
O cultivo dos herdos autóctonos no campo artístico era um feito que da
carácter à nossa actividade. As danças galegas, os instrumentos músicos do
nosso país, o teatro en lingua galega merecêrom sempre especial atençom. O
Director consagrou umha dedicaçom particular ao teatro, e chegámos a ter um
grupo de actores de que pudemos estar satisfeitos. Umha das nossas realizaçons
mais entusiasticamente trabalhadas foi a Pimpinela
de Castelao.
Por Fingoi passárom licenciados que hoje som catedráticos em diversos
liceus do Estado e que connosco fixérom os primeiros ensaios de docência.
Alguns som figuras mui destacadas das letras galegas. Lembremos três escritores
bem conhecidos: Bernardino Granha, José Luis Mêndez Ferrim e Arcádio Lôpez
Casanova”.
“Quinze anos em Lugo", 113-121, Letras galegas
(A Coruña: AGAL), 1984. Conferencia no Centro Lucense de Buenos Aires
pronunciada o 25 de xullo de 1974.